quinta-feira, 31 de maio de 2012

JUDEUS NO BRASIL COLONIAL POST

JUDEUS

NO BRASIL

COLONIAL



Com a expulsão dos judeus de Portugal , logo após a Descoberta  do Brasil , judeus convertidos ao catolicismo (cristãos-novos)  emigraram  para a  nova colônia.

Muitos judeus portugueses , procurando fugir da intolerância religiosa católica em Portugal , viam no "Novo Mundo" a oportunidade de praticar livremente seu culto, incluindo-se aí os cristianizados que praticavam o judaísmo em segredo - os cristãos-novos .

Pelo menos dois judeus pisaram na terra brasileira  quando Pedro Álvares Cabral chegou em 1500 , fazendo parte de sua tripulação : Mestre João, médico particular da Coroa Portuguesa e astrônomo; e Gaspar da Gama, intérprete (ajudara Vasco da Gama nas Índias, onde vivia) e comandante da nau que trazia mantimentos.

Nos dez anos seguintes, outro judeu naufragou perto da costa brasileira e integrou-se aos indígenas : João Ramalho, que prestou inúmeros serviços aos  outros colonizadores   portugueses que foram chegando .

No mesmo período, Fernão de Noronha extraía pau-brasil da costa atlântica; as árvores ficariam conhecidas como "madeira judaica".

 Martim Afonso de Sousa era um dos cristãos-novos que chegaram ao Brasil no século XVI, como governante de uma das Capitanias Hereditárias.

No Brasil muitos senhores de engenho eram judeus e  dos 5 engenhos existentes em 1550, ao menos um pertencia  a um deles ,  o Engenho de Santiago,  de Diogo Fernandes e seus associados , também judeus. Segundo consta, este era um grande engenho, com boas terras e águas, além de muita madeira , entretanto foi destruído mais tarde em uma guerra com índios de Igaraçu, o que fez com que Diogo e sua família ficassem muito pobres.

Mais judeus  chegaram ao país na época das invasões holandesas do Brasil , em 1630 , uma vez que na Holanda  desfrutavam da liberdade de culto  .O Nordeste brasileiro ficou sob o domínio holandês por vinte e quatro anos e, neste período, muitos sefarditas se estabeleceram no país, principalmente em Recife , onde tornaram-se prósperos comerciantes .

A“ Kahal Zur Israel”  (Congregação Rochedo de Israel) foi a primeira sinagoga das Américas e funcionou em Recife ( Pernambuco ) durante o período de dominação holandesa (1630 a 1654).  Seu 1º  rabino foi o luso-holandês Isaac Aboab da Fonseca (1605-1693) .

Com a expulsão dos holandeses, a maioria dos judeus estabelecidos no Brasil fugiu para  outras possessões holandesas, como as Antilhas e Nova Amsterdã ( futura Nova York  ) , onde  fundaram a 1ª  comunidade judaica dos Estados Unidos.

As últimas informações sobre a presença destes judeus ibéricos no Brasil datam de meados do século XVIII.

Nessa época, com o desenvolvimento do Ciclo  do Ouro e Ciclo dos Diamantes ,  um número considerável de cristãos –novos se deslocaram para a região das Minas Gerais .  Muitos desses sefarditas cristãos-novos não mais mantinham ligações com o judaísmo, mas, por serem ricos comerciantes e mineiros, eram acusados de praticar judaísmo por seus inimigos e dificilmente se livravam das perseguições  da Inquisição.

No final do século XVIII , já não havia mais relatos sobre novas  vindas de judeus para o Brasil ; todos já  haviam saído da colônia ou se convertido ao Cristianismo, incorporados aos outros brasileiros .




1o OBSERVATÓRIO DO BRASIL POST

1º OBSERVATÓRIO



ASTRONÔMICO



DO BRASIL


Georg ( e ) Marcgrave (Marggraf, "Marcgraf" "Markgraf") (1610 – 1644 ) foi um autêntico polímata ,

pintor, cartógrafo, aquarelista, astrônomo, naturalista e desenhista ; estudou  matemática, medicina e botânica nas universidades da Europa .

Durante a administração de Cde .Maurício de Nassau foi instalado no Recife ,  o primeiro Observatório Astronômico das Américas e do Hemisfério Sul.

 É notável que isso tenha acontecido apenas 30  anos após Galileu ter apontado a sua luneta para o céu .

O responsável científico pelo empreendimento foi o astrônomo  alemão George Marcgrave,(1610 – 1644 ),  o pioneiro no uso da luneta astronômica no Brasil e  convidado por Nassau para pesquisar o firmamento  o céu austral .

Marcgrave  partiu  da Holanda  para o Brasil em 1º de janeiro de 1638 , onde chegou após 48 dias e  se fixou até 1643 .

Em Recife começou a estudar as estrelas do Hemisfério Sul e  fenômenos celestes ( eclipses da Lua e do Sol,  manchas solares , etc.) .
Entusiasmado com o trabalho do astrônomo, o Cde. Maurício de Nassau fez construir um Observatório Astronômico. Marcgrave chegou a estudar o eclipse de 20 de dezembro de 1638 - o primeiro da Lua , observado cientificamente no Brasil e talvez nas Américas.


Mas o Observatório Astronômico não havia ainda sido concluído , de modo que ,  só no dia 28 de setembro de 1639 é que houve a inauguração do edifício .

Em  13 de Novembro de 1640, já instalado no Observatório do Recife , Marcgrave pode observar e descrever cientificamente pela 1ª vez o primeiro eclipse do Sol nas nossas latitudes

O Observatório foi construído sobre o telhado de um casarão português que foi a primeira residência de Nassau e  que estava às margens do Capibaribe, na ilha de Antonio Vaz onde hoje é o bairro de Santo Antonio, na atual esquina entre as ruas do Imperador e Primeiro de Março.

A construção  consistia num edifício hexagonal de dois andares, encimado por uma torre piramidal com janelas basculantes para observações astronômicas. No andar inferior havia uma câmara escura para experimentos de óptica e para a observação de manchas solares .

Esse Observatório foi destruído em 1643  , durante a expulsão dos holandeses do Brasil .

Em 1644 ,  Georg Marcgrave falece em Luanda ( África ) aos   34 anos ,  vitimado por uma doença tropical .






COMETA DO DESCOBRIMENTO DO BRASIL POST

O COMETA DO



DESCOBRIMENTO



DO BRASIL



Em 21 de abril de 1500 quando a esquadra de Cabral chegou ao Brasil  , um cometa já era visível na Europa , na constelações de Sagitário e Capricórnio  ; este mesmo cometa seria  observado por astrônomos chineses em 8 de maio .



O cometa deveria ter  sido visível entre 15 de abril e 20  de maio na costa do Brasil e no Atlântico      , mas as condições atmosféricas nas costas brasileira durante a permanência  de Cabral ao Brasil  , não eram boas .



Por esta razão  , apenas no dia 12 de maio , 10 dias após ter deixado o Brasil em direção ao Cabo da Boa Esperança , a caminho das Índias , a tripulação  da esquadra de Cabral observou um cometa que surgiu do lado leste,  com uma cauda muito longa e estreita e que ficou visível por 8 ou 10 noites seguidas .

Segundo relatos da época , tratava – se de “ um grande cometa com um raio que demorava contra o Cabo da Boa Esperança”...... “ apareceu um cometa para as partes da Etiópia , com uma cauda muito comprida” .

Este cometa provavelmente é aquele designado na Itália como “ il Signor Astone” (“A Grande Haste” ) .



O cometa foi observado pelo célebre Mestre João Faras (João Emeneslau, Mestre João) , médico, astrônomo, e astrólogo  espanhol presente na expedição de Cabral . Aqui  , Faras  realizou os primeiros estudos astronômicos no Brasil , e identificou  pela primeira vez , com exatidão as estrelas  da constelação do Cruzeiro do Sul .



Em 23 de maio , 11 dias mais tarde , depois do meio-dia desabou uma enorme e violenta tempestade que  durou  21 dias e que causou o naufrágio de 4 naus , comandadas por Bartolomeu Dias , Luiz Pires ,  Aires Gomes da Silva e Simão de Pina . Não houve sobreviventes , ficando esquadra reduzida a apenas oito navios .



Bartolomeu Dias ( 14501500 ) ficou   célebre por ter sido o 1º  europeu a navegar para além do extremo sul da África, "dobrando" o Cabo da Boa Esperança e atingindo o oceano Índico a partir do Atlântico



Na época , a tormenta que se abateu sobre a esquadra de Cabral   foi erroneamente atribuida ao cometa ; atualmente não se aceita a influência meteorológica dos cometas  .



Por outro lado , a perda das 4 naus e mortes trágicas  de seus marinheiros  , reforçou a generalizada  crença de que os cometas eram “astros de mau agouro” .




quarta-feira, 30 de maio de 2012

CARANGUEJOS PORTUGUÊSES POST

OS“CARANGUEJOS



PORTUGUÊSES”





Frei Vicente de Salvador ( 1564 — c. 1635) foi um religioso franciscano brasileiro; primeiro autor de uma história da jovem Colônia portuguesa, recebendo por  ,título  "pai da história brasileira".

A obra do frei Vicente, "História do Brasil",   narra o modus vivendi na Colônia, narrando episódios conhecidos de seus primeiros governadores, bem como anedotas, o jeito de falar e de viver nas terras ainda tão virgens .

Dividida em 5 livros, que abrangem desde o Descobrimento até a época do governo de Diogo Luís de Oliveira ( 1626 – 1635 ) , conde de Miranda,  um militar e administrador colonial português que se notabilizou como governador da Capitania da Bahia durante o período de dominação espanhola

A seguir, um pequeno trecho de sua narrativa, considerada o "primeiro clássico do Brasil":



“sendo grandes conquistadores de terras, não se aproveitam delas, mas contentam-se de as andar arranhando ao longo do mar como caranguejos".



Esta censura pública à administração portuguesa por não ocupar as terras dos sertões , ficou célebre na História do Brasil . Mais tarde , o governo de Portugal estimulou as explorações do interior do país , com as “entradas”.

As  Entradas tinham a finalidade de expandir o território conquistado  para o interior do país e eram financiadas pelos cofres  da Coroa de Portugal .

As Bandeiras foram iniciativas de  explorações e penetrações privadas , que com recursos próprios buscavam obtenção de lucro ; seus membros ficaram conhecidos como bandeirantes.



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SEM FÉ, LEI, NEM REI POST

ÍNDIOS , “SEM FÉ ,



 SEM LEI ,



 E SEM REI” ?





Pêro de Magalhães Gândavo ( c. 1540 — c. 1580) foi um historiador , cronista português e  autor da primeira História do Brasil , onde aparece  pela 1ª vez o termo “Brasil” .



Gandavo esteve no Brasil, provavelmente , entre 1558 e 1572 ou 1565 – 1570 ,  em Salvador , Bahia .

Dessa viagem resultou o Tratado da província do Brasil, ( 1576 ) que, numa versão posterior, ganharia o

título de Tratado da terra do Brasil e, finalmente, numa terceira versão passaria a chamar-se

História da província Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil.



Alguns cronistas europeus ao delinear  os contornos do indígena brasileiro, não demonstram muita simpatia para com o seu “ modus vivendi” .



Obviamente , as crenças religiosas indígenas eram bastante diferentes das cristãs, suas sociedades não eram governadas por reis e suas regras sociais eram diversas daquelas adotadas  pelos europeus.
Nenhum dos autores atinou  para a riqueza cultural e a provável sabedoria existente naquele povo.

A cristalização da imagem do índio como “bárbaro”  configurou-se nos escritos de  Gandavo na sua célebre fórmula que se tornara lugar-comum na literatura colonial:



A língua deste gentio toda pela costa é uma: carece de três letras – não se acha nelas F,
nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei; e desta maneira vivem desordenadamente
[...] ”.



Gandavo refere –se os gentios como  um povo agressivo, belicoso, desumano, vingativo, polígamo, cruel e desonesto; ele é favorável ao extermínio desses "bárbaros" ou a sua completa escravização ...




PARAGUAI APÓS GUERRA GRANDE

PARAGUAI  APÓS

A “GUERRA GRANDE”



A derrota militar na Guerra do Paraguai ( “ Guerra Grande” para os paraguaios )   iniciou  um retrocesso  decisivo no desenvolvimento   daquele país ,  tornando-o um dos  menos progressistas  da América do Sul, devido ao seu decréscimo populacional, perda de território e ocupação militar por quase dez anos , entre outros pesados ônus .

 As perdas humanas sofridas pelo Paraguai são calculadas em até 300 mil pessoas, entre civis e militares, mortos em decorrência dos combates, da fome e das epidemias que se alastraram durante a guerra .

 Algumas fontes citam que 75% da população paraguaia teria perecido ao final da Guerra,mas  estimativas contemporâneas, , fixam o percentual de perdas de vidas entre 15% e 20% da população.

O Paraguai sofreu uma  acentuada  redução em sua população . A guerra acentuou um desequilíbrio entre a quantidade de homens e muheres .

As aldeias paraguaias destruídas pela guerra foram abandonadas e os camponeses sobreviventes migraram para os arredores de Assunção, dedicando-se à agricultura de subsistência na região central do país. As terras das regiões  mais férteis foram vendidas a estrangeiros ,principalmente argentinos, e transformadas em latifúndios.

A indústria entrou em decadência obrigando o mercado paraguaio  a abrir -se para importações dos produtos ingleses e o país viu-se forçado a contrair seu primeiro empréstimo no exterior:1.000.000  de libras , da Inglaterra

A Inglaterra é considerada como  a potência mais beneficiada por esta guerra, pois além de ver extinta a competição paraguaia na América do Sul como exemplo de desenvolvimento, viu Brasil e a Argentina aumentarem suas dívidas externas.

Além das perdas populacionais o Paraguai sofreu descréscimo territorial . Depois da guerra, boa parte das suas melhores terras do foi anexada pelos vencedores ,reduzindo em  40%  seu território . O Brasil ficou com a região entre os rios Apa e Branco, aumentando para o sul o estado do Mato Grosso. A Argentina anexou o território das Missões e a área conhecida como Chaco Central ( território argentino de Formosa ).

O Paraguai  pagou também  uma  onerosa  indenização de guerra, no caso do Brasil , até a Segunda Guerra Mundial.

Após a Guerra, por décadas, o Paraguai manteve-se sob a hegemonia brasileira.

terça-feira, 29 de maio de 2012

DESCOBRIDORES DO BRASIL ANTES DE CABRAL POST

DESCOBRIDORES DO

BRASIL ANTES

DE CABRAL



Antes de Cabral ,   é provável que outros navegantes europeus  tenham descoberto o Brasil .

Duarte Pacheco Pereira, o Grande (14601533) foi um navegador, militar e cosmógrafo português e provável descobridor do Brasil.

Em 1498  , D. Manuel I , rei de Portugal encarregou-o de comandar uma expedição naval  secreta,  com o objetivo de descobrir  terras situadas provavelmente para além da linha de demarcação do Tratado de  Tordesilhas .

A  expedição que, partiu do Arquipélago de Cabo Verde,  teria culminado com o descobrimento do Brasil, em algum ponto da costa entre o Maranhão e o Par , entre os meses de novembro e dezembro desse mesmo ano. Dali, Duarte Pereira teria acompanhado a costa Norte brasileira , alcançando a foz do rio Amazonas e a ilha do Marajó.

 evidências concretas de que dois navegadores espanhóis, Vicente Yáñez Pinzón ( 1562 – 1514 )  e Diego de Lepe, teriam viajado ao longo da costa norte e nordeste do Brasil , entre janeiro e março de 1500. Pinzón foi desde o litoral   do que hoje é a cidade de Fortaleza ( CE ) até a foz do rio Amazonas. Ali, encontrou uma outra expedição espanhola, liderada por Diego de Lepe , seu primo , que chegaria ao rio Oiapoque em março.

Nessa expedição, alcançou a costa do Brasil, tendo avistado um grande promontório que seria  o atual Cabo de Santo Agostinho, no litoral sul do estado brasileiro de Pernambuco  ou  a  Ponta do Mucuripe, em Fortaleza no Ceará  ; mas há outras duas possibilidades : o Cabo de São Roque,  (RN) e Ponta dos Seixas-Cabo Branco , ( PB ) .

Pinzon teria chamado  o cabo de Santo Agostinho , de Santa María de la Consolación e do qual tomou posse para a Espanha em 20 de janeiro . Na ocasião, registrou-se um violento combate com os índios locais, pertencentes à tribo dos potiguaras , quando teria capturado 36 indígenas Infletindo para o Norte, Pinzón atingiu, em fevereiro, a foz do Rio Amazonas, a qual denominou de “Mar Dulce”, de onde prosseguiu para as Guianas e, daí, para o Mar do Caribe.

REVOLUÇÃO DA DEGOLAS POST

REVOLUÇÃO FEDERALISTA,

A “REVOLUÇÃO

DAS DEGOLAS”



A Revolução Federalista ( 1893 – 1895 ) ocorreu no Rio Grande do Sul ,  logo após a Proclamação da República, e  causada pela disputa política entre  os “maragatos” e “pica – paus’  .

Fala-se muito das crueldades dessa guerra , praticadas tanto pelos “maragatos” ( federalistas ) como pelos  “pica – paus” ( republicanos que apoiavam o Governo Central ) .



Geralmente os prisioneiros eram conduzidos  para degola a um sítio pouco afastado  do acampamento e a que denominavam “sanga”. Ordinariamente a vítima era amarrada com as mãos para trás e recebia a morte de joelhos, com a cabeça presa entre as pernas do algoz que desferia o golpe fatal . Muitas vezes eram humilhados e mutilados ( castrados ) antes da morte atroz .



Dois tristemente famosos degoladores gaúchos  , foram o famigerado preto Adão  Latorre , maragato  e o terrível Cherengue , legalista .



Em 5 .4. 1894 , no Combate do Boi Preto há a degola de 250 maragatos em represália à degola em 23.11.1893 , de 300 pica -  paus  às margens do Rio Negro , no Potreiro das Almas ( Bagé ) . Alguns historiadores creditam a Adão Latorre a degola de 410 inimigos e a Cherengue a morte de 370 .



A Revolução Federalista durou mais de 2 anos e fez  10.000 vítimas ; destas , mais de 1.000 morreram por degolamento , a ponto da Revolução ter passado à  História do Brasil como a “Revolução das Degolas”.




DEGOLADOS DE CANUDOS POST

OS DEGOLADOS



DE CANUDOS



A Guerra de Canudos ( Campanha de Canudos) ( 1896 – 1897 ) foi o confronto entre o Exército Brasileiro e os seguidores  de  Antônio Conselheiro , na então comunidade de Canudos , no interior do Estado da Bahia, no nordeste do Brasil .

Em setembro de 1897 , após várias Expedições Militares , o Exército conseguiu fechar o cerco sobre o Arraial de Canudos . Antônio Conselheiro morreu em 22 de setembro, supostamente em decorrência de uma disenteria.

Após receber promessas de que a República lhes garantiria a vida, uma parte da população sobrevivente ao pesado de artilharia   se rendeu , enquanto um último reduto resistia na praça central do povoado.

Apesar das promessas, todos os homens presos, e também grupos de mulheres e crianças acabaram sendo degolados - uma execução sumária que se apelidou de "gravata vermelha".Cerca de 2.500 casebres foram arrasados e incendiados com querosene pelo Exército .

Foram dez dias de luta final ; no dia 5 de outubro de 1897, caíram os últimos defensores de Canudos : um velho, dois homens adultos e uma criança.

Com isto, a Guerra de Canudos acabou se constituindo numa das maiores e trágicas matanças  da História do Brasil .

Para debelar Canudos foram mobilizados 12.000 soldados de todos Estados do Brasil e cerca de 5.000 deles morreram em combate . Dos 25.000 “jagunços” de Conseheiro teriam sobrevivido  apenas 5 mil .


segunda-feira, 28 de maio de 2012

DEGOLA NO BRASIL POST

A DEGOLA NO

BRASIL



A prática de degolar os inimigos não era incomum nos conflitos armados da História do Brasil .

No âmbito médico-legal, degola é uma ferida (produzida por instrumento cortante ( lâmina ) , como navalha ou bisturi) , localizada na parte de trás do pescoço ( na área coberta pela gola de camisa ) .  Não confundir com esgorjamento, que é também um ferida  localizada no pescoço, porém em sua região anterior ( parte da frente do pescoço) .

A degola ( “gravta vermelha”  ) era executada  como forma meramente revanchista , punitiva  ou de intimidação  para outros  combatentes inimigos ; muitas vezes  era praticada em meio a zombarias e humilhações da vítima .  

Do ponto de vista militar e logístico , a degola decorria da tática de combate  empregada , com necessidade de deslocamentos rápidos (como acontecia geralmente com  as cargas de cavalaria )  e  incapacidade das forças em luta    de fazer prisioneiros, mantê-los encarcerados e alimentá-los .

Procurava-se também  poupar munição , empregando – se  um meio rápido de execução , sem custos .

Em incontáveis episódios de conflitos armados  na História do Brasil , a  degola , embora bárbara , foi uma prática habitual  ; alguns poucos exemplos :

- Guerra dos Farrapos

- Revolução  Federalista ( “Revolução da Degola” )

- Canudos

- Guerra do Paraguai .


domingo, 27 de maio de 2012

ACAYU , "FRUTA! 100% BRASILEIRA POST

O  ACAYU , “FRUTA”

100 % BRASILEIRA 



O caju é muitas vezes tido erroneamente como o fruto do cajueiro ( Anacardium occidental ) quando , na verdade , trata-se de um pseudofruto. O fruto propriamente dito é a castanha . O cajueiro é uma planta 100% brasileira , originária do Norte e do Nordeste do Brasil .

Certamente os nossos indígenas já tinham comprovado as amplas propriedades alimentares do caju ,  riquíssimo em vitaminas ( C ,  A ,  complexo B ) , proteínas, lipídios,  carboidratos, sais minerais , fibras e gordura insaturada .

Os  primeiros cronistas do Brasil  contam que, na época da frutificação dos cajueiros, nações indígenas do interior vinham ao litoral, território dos tupinambás e tupiniquins, e com eles travavam guerras pela colheita dos frutos: eram as "guerras do acayu".

O cajueiro floresce a partir do mês de junho, prolongando-se até novembro . Os frutos amadurecem nos meses de setembro até janeiro quando ocorriam as safras e a “guerra do caju” .

Na tradição oral sabe-se que acayu ou aca-iu refere-se a “ano, uma vez que os indígenas contavam a idade a cada floração e safra dos cajueiros .



O nome caju, vem do nome original tupi da planta, “acá-iu”, ou “fruto amarelo”, que aportuguesado ficou caju .

 Em 1548 , Fernão Cardim,  descreveu que as castanhas podiam  ser comidas assadas, cruas e postas em água como amêndoas piladas, podendo-se ainda fazer doces.

Em 1557 , o  monge francês Jean de  Léry , em sua obra “Viagem à Terra do Brasil”, referiu –se ao caju .

Em 1558 , francês André Thevet ,   em seu livro “Singularidades da França Antártica”,  fez a primeira ilustração da planta e seu fruto.

Em 1576 ,o primeiro escritor português a descrever o cajueiro foi Pedro Magalhães Gandavo ,comparou a castanha do caju à mais saborosa das amêndoas.

Em 1587, o pesquisador, Gabriel Soares de Sousa, escreveu em seu livro “Tratado Descritivo do Brasil”  sobre o uso da castanha e o valor medicinal do suco, chamando a atenção para o óleo da casca da castanha.

O  Conde Mauricio de Nassau protegeu os cajueiros, através de uma  resolução que fixou a multa de 100 florins por cajueiro derrubado, visto que a fruta tinha uma importância de sustento para os índios e para uso culinário nos doces cristalizados  exportados para a Holanda .

Presume-se que o  primeiro cajueiro brasileiro a ser exportado , chegou a Goa, principal colônia de Portugal nas Índias Orientais  entre 1560 e 1565.  Transplantado  para a África, espalhou-se pelas costas leste e oeste deste continente .

No Barroco brasileiro , o caju , juntamente com outras frutas regionais passou a ser tema de decoração .

O cajueiro é a árvore - símbolo da Cidade do Recife (PE).


D. JOÃO VI , HOMOSSEXUAL ?

D.JOÃO VI ,



HOMOSSEXUAL ?



Os historiadores Tobias Monteiro e Patrick Wilcken apontam indícios de que Dom João VI teria tido  um relacionamento homossexual , não por convicção , antes por necessidade, ou “de conveniência”,  pois seu casamento logo se revelou um fracasso, vivendo apartado da esposa Carlota Joaquina ,  reunindo-se a ela esporadicamente e apenas  em ocasiões protocolares .



Seu parceiro teria sido seu camareiro favorito, Francisco Rufino de Sousa Lobato, cuja tarefa teria sido masturbar o rei com alguma frequência . Embora isso possa ser  uma  simples maledicência, um padre, chamado Miguel, teria uma vez surpreendido a cena e por isso deportado para Angola , não sem antes deixar um testemunho por escrito.



De qualquer modo  , o camareiro  Francisco Rufino 

foi regiamente ( sem trocadilhos ) recompensado e recebeu diversas honrarias e acumulando entre outros , os cargos de Conselheiro do Rei, Secretário da Casa do Infantado, Secretário da Mesa de Consciência e Ordens e Governador da Fortaleza de Santa Cruz, recebendo também o título de Barão e depois Visconde de Vila Nova da Rainha.


TRAIÇÃO EM ACAJUTIBIRÓ POST

TRAIÇÃO EM



ACAJUTIBIRÓ



A Baia da Traição é um dos núcleos de povoamento mais antigo do litoral da  Paraíba . Atualmente ,  no município de Baia da Traição está localizada a maioria das aldeias indígenas, que integram a Terra Indígena Potiguara.  

Ali são exibidas  várias atividades folclóricas, destacando-se o toré – dançando pelos Potiguara, através dos séculos; o coco de roda, as lapinhas, cirandas e a nau-catarineta ,etc.

A Baia da Traição  começou a ser visitada e ocupada pelos franceses  que nas  primeiras décadas do séc.XVI fundaram uma feitoria para  o comércio do pau-brasil, abundante na região. Eles conseguiram a amizade e a confiança dos Potiguaras, incentivando-os na luta contra os portugueses, vistos pelos silvícolas como um inimigo e invasor de suas terras.

O nome indígena original de   Baía da Traição era Acajutibiró que significa “local de caju” ou “caju em abundância” .

Há varias  versões para a razão do nome atual  Baia da Traição” .

Segundo uma das versões , entre 1503 e 1505  os potiguara paraibanos  mataram à traição , alguns náufragos castelhanos e portugueses, razão pela qual o nome traição  ainda permanece.


De acordo com  uma outra versão os indígenas mataram ali traçoeiramente  dois frades franciscanos, em 1505 .


Uma terceira versão é que o nome traição estaria vinculado à 1ª expedição exploratória  de 1501, da qual participou o famoso Américo Vespúcio, quando três marinheiros portugueses foram mortos e devorados pelos nativos antes recebidos amigavelmente, no primeiro porto onde a flotilha ancorou, no dia 17de agosto.

Ainda com relação ao nome traição, convém mencionar o mapa de Reinel, de 1516, onde se destaca a inscrição “Baía de Pituaçua de Treyçam” .

Outro dado ato relevante  é que o nome de Baía da Traição já constava como limite norte da Capitania de Itamaracá, doada por D. João III a Pero Lopes de Sousa, em 1534.